O mercado de tecnologia sempre foi predominante masculino, porém, mesmo não sendo a maioria, as mulheres foram e são responsáveis por muitas invenções que impulsionaram o avanço dessa ciência que se torna cada vez mais essencial para nós. E não há dia melhor do que o dia da mulher para homenagear o pioneirismo de algumas delas.
Para iniciar, vamos falar de uma condessa que começou nos primórdios da tecnologia, antes mesmo de qualquer registro de atividades nessa área. A condessa Ada Lovelace foi a primeira, entre homens e mulheres, a processar um algoritmo em uma máquina, sendo assim a primeira programadora da história. Como podemos imaginar, naquela época, escrever um código de programa era algo inimaginável, ou seja, foi um grande passo para o início de todas as grandes inovações que existem no mercado tecnológico atualmente.
Outra mulher que também estava “um passo à frente do seu tempo” era Grace Hopper. A americana era analista de sistemas. Dentre suas diversas condecorações, as mais famosas eram: Rainha da computação, rainha da codificação, vovó da COBOL e grande dama do software. Tantos nomes assim são meros detalhes para os feitos de Hopper, que desenvolveu a linguagem de programação flow-matic, umas das primeiras a serem traduzidas para o inglês. Tal linguagem foi essencial para a criação da linguagem COBOL (Common Business Oriented Language), largamente usada no mercado.
Uma curiosidade de Grace Hopper foi que ela criou o termo que faz parte do vocabulário de programadores e analistas até os dias de hoje. Quando descobriu que seu computador estava com uma falha por conta de um inseto morto dentro da própria máquina, Hopper chamou o problema de “bug”, termo que ainda é usado para designar uma falha em softwares.
É gratificante saber sobre esses fatos históricos que marcam até hoje a história da tecnologia, não é mesmo?
Mas pode acreditar que fica mais incrível quando você descobre que pesquisar sobre tudo isso é possível graças à uma outra pioneira. A britânica Karen Sparck Jones desenvolveu uma base de sistemas de busca e localização, conhecida como “frequência inversa do termo”. Em resumo, é uma linguagem filtrada do que aparece nos textos, mostrando a relevância dos temas para as buscas. Ao invés de tentar ensinar às pessoas a usar um código para operar computadores, como fazia a maioria dos cientistas, Sparck Jones ensinou os computadores a entender uma linguagem comum.
Suas teorias são usadas até hoje por pesquisadores que, como prova de homenagem à Sparck, nomearam um prêmio que reconhece pesquisadores na área de recuperação da informação de “prêmio Karen Sparck Jones”, em 2008, um ano após a sua morte.
O retrato de Karen Sparck Jones foi de uma mulher que buscava sempre ultrapassar barreiras, principalmente num mercado onde o gênero masculino sempre ocupou mais espaço que as mulheres. Porém, nunca foi um problema para essa cientista da computação, que certa vez disse: “a computação é muito importante para ser deixada aos homens”. E ela estava certa. Essa certeza vem dos mecanismos de busca que ela desenvolveu e que pesquisadores utilizam até hoje, sobretudo aplicados em soluções de Inteligência Artificial (IA).
Por isso, nesse dia em que comemoramos a existência da mulher, não seria justo não citar essas três pioneiras que abriram caminhos para que outras mulheres pudessem quebrar paradigmas e ultrapassar barreiras, explorando e fazendo novas descobertas.
MONTREAL, o futuro presente.